quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Confusão nas alturas



Jonas era um rapaz moreno, trabalhava como eletricista, morava no Edifício Viviane. Ele era diferente, sentia um calor acima do normal, transpirava muito, e o pior, não costumava usar desodorante.
A pessoa mais rabugenta e com uns quilos a mais era, sem sombra de dúvidas, Dona Filomena e seu inseparável companheiro, pelo menos era o que ela dizia, seu cãozinho Nero, que se satisfazia em implicar com todos que via.
Neste mesmo prédio, morava um importante banqueiro denominado Eliomar, que andava sempre ocupadíssimo e, conseqüentemente, toda vez atrasado.
Ao lado do apartamento do banqueiro, situava-se uma excelente advogada, Beatriz. Entretanto, ela possuía um grave defeito, era cheia de “não me toques” além de odiar Nero, o cãozinho da velha Filomena, porque tinha uma grave alergia de cachorros, e ainda, temia muito insetos.
Contudo, sempre há pessoas que ficam de bem com a vida, como o marceneiro Cláudio, que não brigava ou importunava se quer uma mosca e era um dos mais bem conceituados em seu ramo de trabalho.
No dia 16 de março de 2000, Jonas saiu cedo do seu apartamento para trabalhar, porém, esqueceu suas ferramentas e teve de voltar para seu apartamento no 25º andar para pegá-las.
Dona Filomena saiu bem cedinho para fazer sua caminhada diária, mesmo que fosse só um pouco, pois seu porte físico não permitia. Estava com seu animalzinho Nero e, naquela exata hora, voltava para seu apartamento no 23º andar.
Eliomar de tão atrasado que estava, pegou sua mala, vestiu sua roupa, e desceu para trabalhar, mas esqueceu de colocar cinto em sua calça e na hora que percebeu estava no terraço e teve que subir as preças para colocar o tal acessório.
Beatriz depois de sua ida matinal a academia, voltava para seu imóvel no 26º andar.
O marceneiro Cláudio estava tomando a brisa no dia, no entanto,estava com diarréia, talvez a maior infelicidade de sua vida e por isso teve que sair correndo para seu apartamento no 32º andar.
Talvez o destino quisesse reunir essas cinco pessoas em um elevador velho e apertado daquele prédio.
Os indivíduos se reuniram naquela “caixa” empoeirada por diversas causas, mas pelo interesse: voltar a seus apartamentos.
O elevador começou a subir e, provavelmente, o que estava com mais pressa para subir era Cláudio, que sentia crescer a vontade de “passar um fax”.
O elevador estava entre o 21º e o 22º andar, quando, repentinamente, parou com um estalo.
Todos se assustaram e passados alguns minutos a situação ficou dramática.
Beatriz começou a espirar, de alergia de Nero. Jonas que não usava desodorante exalava um odor forte que deixava zonza todas as pessoas que estavam no elevador.
As horas foram se arrastando e conforme Beatriz espirrava ela ia ficando mais vermelha que uma pimenta, Eliomar já com dores nas mãos de tanto segurar sua calça, Jonas quase derretendo de tanto suar, Filomena xingando, mas isso de nada adiantaria, por estar presa, e Nero rosnando sem parar. O pior de todos, talvez, mas, provavelmente, todos estavam em uma situação complicada, era Cláudio que esperava “afogar os morenos” a qualquer momento.
Para piorar a situação, se era possível, o carpete estava descolando, e, então, surgiu uma barata de lá.
No momento em que Beatriz viu o inseto, ela deu um grito e pulou, praticamente, em cima da careca de Eliomar, que de susto, soltou suas calças exibindo sua cueca branca com bolinhas vermelhas para todos. Logo a barata morreu com o cheiro de Jonas.
Em seguida, os bombeiros pucharam o elevador para o 22º andar e começaram a remover as vítimas.
Jonas foi o primeiro, seguido de Beatriz, Eliomar. Entretanto, o pior ainda estava por vir, quando todos pensavam que terminara de certa forma tragédia, Dona Filomena entalou no vão da porta do pequeno elevador, e não se movia. Nero, rapidamente, pulou do colo da Dona e saiu correndo corredor a fora.
Depois de exaustivos quarenta minutos, os bombeiros arrancaram Dona Filomena da porta, mas ao sair a velha raspou a sua barriga no elevador, levando um grande esfolado. Contudo, o que mais doía na velha era saber que na hora que ela necessitava da companhia de seu cachorro, ele havia a deixado.
Os bombeiros foram retirar Cláudio, mas o marceneiro havia saído tão rápido para o banheiro que ninguém percebeu. Por fim, já salva Beatriz berrava:
- Eu vou processar o prédio e o síndico porque se tivessem reformado aquele elevador velho, nada disso teria acontecido.
TEXTO ESCRITO PELO ALUNO LUÍS FELIPE GOMES MOLINA DA 6ª SÉRIE DA ESCOLA DINÂMICA, SISTEMA ANGLO DE ENSINO.

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