Olhar para o outro
Aumento do número de grávidas adolescentes, da erotização, do índice de ocorrência da AIDS entre os jovens ou contaminação pelo HIV, falta de informação, entrada precoce para a vida sexual, falta de diálogo entre pais e filhos. Nada disso é novo para a sociedade. Que fato poderia ser considerado original então?Dentre os vários fatores que causam uma gestação adolescente precoce o que mais choca é a falta de diálogo familiar, o que demonstra a total ausência de preparo de muitos pais em lidar com seus próprios filhos. Como orientar um filho com relação à paternidade responsável se muitos genitores não sabem o verdadeiro significado da palavra “diálogo”, ou pior, ainda sustentam muitos tabus com relação ao sexo?A sociedade está cada vez mais despreparada para as grandes discussões e dilemas relacionados ao “outro”. Hoje grande parte das mulheres trabalha, os maridos estão cada vez mais fora de casa, seja trabalhando, seja porque o casal é separado e seus filhos ficam sob a responsabilidade alheia para tudo, inclusive para sua educação sexual.Diálogo?! Quando?! Pra quê? Essa palavra, muitas vezes, só passa a existir dentro deste tipo de família quando algum problema grave acontece; como a gravidez de uma adolescente ou uma doença grave.Assim, não adianta lançar para o governo, para a escola e para os médicos uma responsabilidade que é de todos contando apenas com dados estatísticos. Os números devem ser deixados para os matemáticos; para a desestruturação familiar não há nada melhor do que simplesmente conversar.Portanto, original seria uma mudança de comportamento por parte de toda a sociedade. Não apenas uma pequena mudança, mas uma transformação estrutural familiar. Primeiro através do aumento do contato das pessoas dentro dos núcleos familiares que poderiam deixar de ser tão egocêntricos e mais altruístas. O mero interesse dos pais pelo cotidiano dos filhos e vice-versa já seria um bom começo. Restauradas essas bases a conjuntura passaria a se alterar e todos os elementos obscuros relacionados à gravidez na adolescência poderiam ser facilmente tratados dentro de um ambiente doméstico mais saudável e inteligente.Criativo mesmo é saber olhar para o outro.
Andréa Castelaci Martins
Um comentário:
Oi Amor!
Você tem toda razão no que se refere à família e ao diálogo. Seria mesmo ideal que tudo se resolvesse com a reestruturação familiar. O grande problema é que na "pós-modernidade" a tendência é exatamente o oposto. O que fazer diante disso? Aquilo mesmo que você propôs: ter diálogo, mas um diálogo que não se limita às degradadas esferas familiares, um diálogo que envolva a sociedade como um todo. Nesse contexto, inevitavelmente, a mídia representaria grande força nessa batalha, uma pena... não é a intenção que ela apresenta... basta ver a "malhação".
Um beijo! Te amo!
Postar um comentário